Como avaliar seu relacionamento amoroso?

Aprendemos, desde pequenos, a rotular o nosso desempenho. Vou explicar: na escola onde estudamos somos avaliados apenas por um momento: aquele que você faz a prova. Não se leva em consideração o quanto você se dedicou estudando, se na noite anterior a avaliação você passou em claro com febre ou se houve algum problema familiar que lhe abalou emocionalmente. Você tira nota boa ou ruim. É uma avaliação naquele momento, com um parâmetro bem estabelecido: acima de “7” abaixo de “7”, acima da média ou abaixo da média (para os mais antigos, notas azul ou vermelha). Mas não quero aqui refletir pedagogicamente, isso é outra questão…

O que trago aqui é o questionamento se trazemos este sistema de avaliação, aprendido durante anos, para o nosso relacionamento amoroso.


Vamos pensar…


Podemos, em uma determinada situação ocorrida (que não gostamos), avaliarmos o nosso relacionamento como bom ou ruim, partindo apenas desta situação específica. Desta maneira, se assim o fizermos, deixamos de considerar toda a história junto com o parceiro, como também situações estressoras que podem ter ocorrido antes da situação vivenciada (problemas no trabalho, problemas financeiros, estresse no trânsito, etc.) e que pode ter interferido na forma do parceiro se comportar naquele momento específico com você.


Quando agimos assim tendemos a avaliar equivocadamente, pois não consideramos o todo, a história do casal. (não estou dizendo aqui que situações estressoras justificam atitudes agressivas verbais ou físicas!)


Precisamos então considerar a história do relacionamento e avaliar de forma geral? Sim e não.


“Sim”, com certeza, é importante olharmos de forma ampla, avaliando o relacionamento de forma abrangente e não apenas por um momento infeliz.


“Não”, no sentido que o relacionamento amoroso não é acabado, estático, ou seja, pode ser que a “medida avaliativa” seja a perfeição e isso ele nunca será (afinal nem você e nem seu parceiro são perfeitos!)


A relação a dois está sempre em movimento. Nós mudamos o tempo todo através das nossas experiências de vida e o nosso relacionamento também está em constante mudança! A mudança do casal se dá, em parte, pelas modificações individuais de cada um e pela própria interação do casal em sua maneira de vivenciar as diversas situações juntos.


Desta maneira, o relacionamento amoroso está sempre em construção, em aprendizado mútuo.


O que precisamos avaliar é se temos crescido na relação, ou seja, se este relacionamento tem sido cada vez mais prazeroso. Este crescimento conjunto é um movimento que ambas as partes dão e que contribuem para a melhoria da própria relação.


Quando há a percepção de piora no relacionamento, e que, no decorrer do tempo está ocorrendo mais “perdas” do que “ganhos”, é o momento de ambos refletirem sobre o que está acontecendo e buscar meios de voltar ao crescimento da relação.


Muitas vezes a terapia de casal é indicada para situações como essa, pois ajudará o casal nesta reflexão e a buscarem formas criativas de voltarem à condição de um relacionamento saudável.


Termino aqui, com a reflexão de que o amor está em constante crescimento e que devemos sempre observarmos o nosso relacionamento, tendo este entendimento que ele não chega à perfeição e que cada um tem um papel importante nesta construção.